A engenharia de segurança do trabalho e a neurociência: entenda como os estudos sobre o cérebro contribuem para práticas mais eficazes de prevenção

By Boehler Kurtz 5 Min Read

A integração entre engenharia de segurança do trabalho e neurociência representa uma evolução na forma como os riscos ocupacionais são compreendidos. Para Ricardo Chimirri Candia, essa abordagem multidisciplinar permite desenvolver estratégias de prevenção mais eficazes ao considerar não apenas os fatores físicos do ambiente, mas também os processos mentais e comportamentais dos trabalhadores. Conhecer o funcionamento do cérebro é essencial para entender como as pessoas percebem o risco.

A segurança no trabalho não depende apenas de normas e equipamentos, mas também da atenção, memória, percepção e julgamento dos indivíduos. A neurociência, ao explicar como o cérebro lida com sobrecarga de informações, fadiga, estresse e automatismos, oferece fundamentos para criar ambientes mais seguros. Leia mais e entenda sobre este assunto:

A engenharia de segurança do trabalho e a neurociência: atenção, fadiga mental e tomada de decisão no ambiente de trabalho

A atenção é um recurso limitado do cérebro humano, facilmente comprometido por fatores como ruído e uso excessivo de telas. Em ambientes industriais, a distração pode ser fatal. Os estudos em neurociência mostram que, após longos períodos de atividade contínua, a capacidade de foco diminui e o risco de erros aumenta. De acordo com Ricardo Chimirri Candia, compreender esse funcionamento permite planejar pausas estratégicas, alternância de tarefas e métodos de sinalização que respeitem o tempo de resposta neurológico.

Entenda com Ricardo Chimirri Candia como o estudo do cérebro está aprimorando práticas de segurança no ambiente de trabalho.
Entenda com Ricardo Chimirri Candia como o estudo do cérebro está aprimorando práticas de segurança no ambiente de trabalho.

Outro ponto crítico é a influência da fadiga mental na tomada de decisões. Trabalhadores exaustos tendem a subestimar riscos, agir no modo automático e ignorar procedimentos de segurança. A engenharia de segurança, ao incorporar esses achados, pode propor melhorias ergonômicas nos postos de trabalho, adaptar escalas de jornada e desenvolver sistemas de alerta mais eficazes. 

Memória, treinamento e comportamento seguro

A forma como o cérebro armazena e recupera informações impacta diretamente a efetividade dos treinamentos de segurança. A neurociência demonstra que o aprendizado ocorre com maior eficácia quando há estímulos variados, repetição espaçada e associação com experiências práticas. Conforme explica Ricardo Chimirri Candia, incorporar elementos visuais, simulações e participação ativa dos trabalhadores aumenta significativamente a retenção do conteúdo e sua aplicação no dia a dia.

O comportamento seguro é influenciado pela formação de hábitos. Estudos apontam que o cérebro automatiza padrões de ação para economizar energia, o que explica por que atitudes arriscadas podem se repetir mesmo após múltiplos treinamentos. Para quebrar esses ciclos, é necessário criar intervenções ambientais e organizacionais que favoreçam a repetição de condutas seguras. A engenharia de segurança do trabalho, aliada à neurociência, pode desenhar sistemas que incentivem decisões corretas de forma intuitiva.

Comunicação, cultura organizacional e percepção de risco

A maneira como as informações de segurança são comunicadas também deve considerar o funcionamento cerebral. Textos longos e técnicos são frequentemente ignorados em ambientes operacionais. Por outro lado, mensagens curtas, visuais e repetidas em contextos relevantes tendem a ser melhor compreendidas e memorizadas. Como destaca Ricardo Chimirri Candia, o cérebro responde melhor a sinais claros, a exemplos concretos e a estímulos emocionais positivos, o que exige uma comunicação mais estratégica.

A neurociência contribui para entender como se forma a percepção de risco, que muitas vezes difere da realidade objetiva. Fatores como familiaridade com a tarefa, confiança excessiva na experiência e pressão por resultados afetam a forma como o cérebro avalia o perigo. Promover uma cultura de segurança que incentive o diálogo, o reconhecimento de vulnerabilidades e o apoio mútuo é fundamental para alinhar a percepção dos trabalhadores aos riscos reais do ambiente. 

Em resumo, a união entre engenharia de segurança do trabalho e neurociência inaugura um patamar de eficácia na prevenção de acidentes. Ao compreender como o cérebro humano funciona, os profissionais da área conseguem desenvolver sistemas mais inteligentes, empáticos e adaptados à realidade cognitiva dos trabalhadores. Como expõe Ricardo Chimirri Candia, essa abordagem amplia a visão tradicional da segurança, colocando o ser humano no centro das estratégias e promovendo ambientes laborais mais saudáveis.

Autor: Boehler Kurtz

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